sábado, novembro 23, 2024

Escrever é uma maneira de nos manter vivos

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Hoje é o Dia do Escritor e do Motorista. Viva todos aqueles que honram o ofício

O dia 25 de julho no Brasil é data comemorativa em respeito aos escritores. Porém, é o dia do motorista. Há uma semelhança entre esses dois ofícios, ou seja, as ações de viajar, o que faz o escritor ao mover a máquina do pensamento, bem como o motorista ao pisar no acelerador.

Enquanto a realidade vai sendo escrita diante dos olhos do motorista, outra realidade paralela vai se descortinando conforme o escritor dá vida a personagens, paisagens e lugares em histórias realistas ou fantásticas.

Há escritores que aproveitam suas viagens – não necessariamente de carro – para tecer relatos extraordinários, de ficção ou não, que os imortalizam. Aliás, as grandes viagens de alguns homens através dos séculos motivaram obras imortais.

Um dos escritores mais imaginativos de todos os tempos foi o irlandês Jonathan Swift, que escreveu As Viagens de Gulliver e publicou em 1735. A obra se transformou em um clássico da literatura inglesa. As aventuras incluem povos gigantes e minúsculos.

Outros escritores, em vários momentos da história da humanidade falaram de viagens, como Miguel de Cervantes com o eterno livro Don Quixote de La Mancha. Julho Verne com suas viagens ao redor do mundo, submarinas e ao centro da terra.

No Século XX tornou-se comum, escritores retratarem viagens espaciais, muitas delas profetizando o futuro. Arthur C. Clark escreveu 2001 Uma Odisseia no Espaço que falava do futuro que já está para trás há 20 anos. É que às vezes a mente do escritor vai além do tempo atual e seu livro imortalizado no cinema por Stanley Kubrick é atemporal.

Eles, os escritores, mesclam viagens pelo mundo, ou pelo universo, com viagens interiores, daí concebem personagens que na verdade são seus alter egos, ou seja, outro eu (ou outros).

Autores como Jack London e Ernest Hemingway, mestres do estilo literário realista, à maneira dos grandes repórteres, tornaram-se populares por escreverem livros relatando suas viagens.

Nas duas primeiras décadas do Século XX, um dos maiores escritores foi Jack London, jornalista e publicitário, ele relatou suas aventuras em O Lobo do Mar, A Estrada, Caninos Brancos e O Chamado da Floresta, dentre outros. Viveu apenas 40 anos e até hoje é um escritor que serve de inspiração para a maioria de autores novos.

Ernest Hemingway foi sem dúvida um dos maiores escritores do Século XX. Foi correspondente de guerra, escreveu grandes romances e livros de viagens como: Paris é uma Festa, e As neves do Kilimanjaro. Hemingway foi um escritor que viveu ardentemente o que relatava.

Ninguém mais conseguiu ser detalhista quanto o escritor beatnick Jac Kerouac, principalmente em sua obra prima Pé na Estrada (On The Road), um romance vibrante ambientado nas estradas dos Estados Unidos, contando exatamente as aventuras do próprio escritor junto com amigos que só buscavam sexo, drogas e liberdade. O livro se passa na década de 40, mas se tornou uma espécie de bíblia da juventude dos anos 60.

On The Road é um belo exemplo de que viajar é um ato de escrever da melhor maneira possível.

Por Emanoel Virgino

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