As denúncias de que a rodoviária de Bom Jesus da Lapa não possui portas nos nichos dos sanitários levantou uma discursão sobre o desconforto da população na utilização desses sanitários. A privacidade no momento tão íntimo deve ser respeitada, obviamente por ser um momento que é individual e restrito.
Esse fato fez com que muitas reflexões fossem travadas, primeiro o mais óbvio que é o direito à privacidade, e segundo o medo das mulheres de serem violentadas fisicamente. Resta lembrar que o medo da violência faz parte do cotidiano das mulheres, vamos fazer uma comparação por exemplo a um banheiro masculino onde os homens utilizam o mesmo espaço.
As discursões sobre banheiros sempre foram uma questão de muito debate, sobretudo na atualidade quando as minorias ganham voz por conta das democratização das mídias digitais, denúncias sobre violência sofrida por pessoas transgêneros, por exemplo, ganha centro do debate, muitos conservadores deslegitimam o direito das pessoas trans de usarem banheiros públicos de acordo com sua identidade de gênero, no caso dos homens trans o desconforto de adentar aos banheiros masculinos e a falta de estrutura para garantir a segurança desses homens.
No caso das mulheres trans, o preconceito de gênero, pode vir da ideia do medo que as mulheres sis gêneros enfrentam de violência sexual, mesmo não havendo estatística que indique tal medo em relação a presença de mulheres trans em banheiros. E provável que a reflexão deve se permear em relação ao que faz com que pessoas trangeneros sejam invisibilizadas em nossa sociedade, buscando entender a origem do preconceito que garante a exclusão dessas pessoas da convivência em espaços públicos sem serem importunadas ou violada em seus direitos como cidadãos que são.
Por Mara Cerqueira