terça-feira, dezembro 3, 2024

Publicar imagens de crianças nas redes sociais? Especialistas recomendam cuidados

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O hábito de publicar imagens das crianças na internet ganhou até nome: “sharenting”, junção dos termos em inglês “share” (compartilhar) e “parenting” (paternidade). A prática é comum, e se tornou mais frequente durante a pandemia, diante da vontade dos pais de se conectar com outras famílias e trocar experiências. As publicações devem respeitar o direito à privacidade das crianças e os pais têm de tomar cuidado para evitar compartilhamentos que sejam ofensivos ou possam ser usados em outros contextos.

Veja dicas de especialistas:

Pegadas digitais são difíceis de apagar

Compartilhar fotos e vídeos de crianças na internet pode ser uma forma de conexão com outros pais e troca de experiências, mas é importante ter em mente que qualquer publicação cria “rastros digitais” que dificilmente são apagados.

Cuidado com o que parece lindo hoje

Antes de postar, é importante refletir se a publicação expõe a criança a situações desconfortáveis ou que a deixariam envergonhada. “Toda criança vai crescer um dia. O que achamos que é ‘engraçadinho’ na infância, muitas não tem nenhuma graça na adolescência”, diz Juliana Cunha, da Safernet. Evite revelar momentos íntimos como birras e o desfralde.

Fotos podem ser retiradas de contexto

Não publique fotos da criança nua ou com pouca roupa. Mesmo conteúdos que não têm contexto sexual, como poses, brincadeira na piscina ou o bebê de fraldas, podem ser passíveis de sexualização se retirados do contexto em redes de pornografia.

Local da criança não deve ser divulgado

Evite fotos que revelem detalhes da rotina da criança e indiquem onde mora e onde estuda. Imagens que mostram o uniforme da criança, por exemplo, podem facilitar a localização dela.

Ouça o que a criança tem a dizer sobre a presença nas redes

Crianças têm o direito de opinar sobre o que será compartilhado. É possível, por exemplo, perguntar a ela se gosta de determinada foto e se vê problema em mostrar a imagem a outras pessoas.

Perfis privados ajudam no controle (mas não anulam riscos)

Perfis de crianças gerenciados pelos pais com a intenção de mostrá-la a parentes e amigos devem ser privados. Em perfis privados, apenas quem segue a criança pode ver as fotos – e isso facilita o controle pelos pais sobre o alcance das publicações. Saiba, porém, que mesmo em perfis privados, há o risco de que as imagens sejam replicadas por um dos seguidores e ganhem a internet.

Conexão pode ocorrer em fóruns anônimos e sem imagens

Pais que querem desabafar sobre temas delicados relacionados aos filhos e se conectar com pessoas que passam por dificuldades semelhantes podem usar fóruns na internet com postagens anônimas e sem fotos. Dessa forma, fica garantida a privacidade da criança e a expressão dos pais.

Crianças podem fazer propaganda, mas com regras

A legislação brasileira não veta a publicidade direcionada para adultos, com participação de crianças, mas o trabalho artístico deve respeitar a infância e o direito a brincar. Especialistas defendem que essa atuação de influenciadores digitais mirins seja regulada por alvará judicial e monitorada. Já propagandas direcionadas a crianças não são permitidas e devem ser denunciadas.

Quem usa as redes pode denunciar comportamentos agressivos em relação às crianças

Usuários das redes sociais que identifiquem publicações que ferem os direitos de crianças e adolescentes devem denunciar em canais na própria plataforma ou a organizações que têm atuação na proteção dos direitos da criança.

Estadão

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