Embalado pela recuperação dos direitos políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de 2021 e pelo seu favoritismo por ora à Presidência da República em 2022, o PT ganhou mais de 62 mil filiados em um ano — maior crescimento absoluto entre os partidos — e atingiu a marca de 1.607.225 membros registrados perante o Tribunal Superior Eleitoral, um recorde na história do partido, fundado em 1980.
O crescimento em termos percentuais, de 4%, foi o segundo maior entre as 33 siglas registradas no TSE — o maior aumento foi o do Unidade Popular, o caçula entres os partidos brasileiros, registrado na Justiça Eleitoral em dezembro de 2019. Avante (2%), Republicanos (1%) e PSOL (1%) foram as outras legendas que tiveram expansão no número de filiados — todas as demais registraram queda.
O PT é o segundo partido em número de filiados, atrás apenas do MDB, que tem 2.128.305 eleitores associados. Os números do TSE, entretanto, divergem do registrado internamente pelo PT, que contabiliza cerca de 2,3 milhões de pessoas aptas a participar das deliberações internas da legenda — para se candidatar em eleições, porém, é preciso estar filiado perante a Justiça Eleitoral.
“O PT tem um sistema próprio de filiação, diferente do TSE, e temos trabalhado com os diretórios municipais para que eles enviem as listas completas para igualar estes números”, explica Sonia Braga, secretária nacional de organização do partido.
A maior redução de filiados no período ocorreu com o PSL, cujo número passou de 646 mil filiados em novembro de 2020 para 74 mil em 2021 (uma queda de 84%). Segundo o partido, o fato ocorreu em razão da detecção de problemas nos registros. A legenda afirma ter cancelado todas as filiações que não tinham cadastro físico após receber uma série de processos de pessoas que afirmaram jamais terem se filiado à sigla.
“Foi um ato unilateral e ninguém pediu desfiliação. Quisemos evitar um problema maior em juízo. Por isso, informamos (os filiados) sobre o cancelamento e demos oportunidade para se filiarem novamente”, afirma o deputado Luciano Bivar, presidente nacional do PSL, que detém a maior bancada na Câmara (55 deputados) e está em processo de fusão com o DEM para formar o União Brasil.
Depois do PSL, a maior queda no número de filiados foi observada no Novo, que passou de 41 mil filiados para 32 mil em um ano (redução de 22%).
Em termos gerais, as agremiações perderam pouco mais de 600 mil filiados em um ano — uma queda de 3,4%. Hoje, o país tem 16.090.180 eleitores associados a algum partido político.