sexta-feira, novembro 22, 2024

Águas da prosperidade sinalizam para um novo tempo

Leia também

O bem maior da vida é a água. Dentre os elementos que compõem o organismo humano, água é uma espécie de sócia majoritária na empresa de condução dos órgãos do corpo humano. Algo absolutamente fantástico.

E a água tão escassa no sertão nordestino do Brasil, no final de 2021, desde todo o mês de dezembro, vem jorrando a cântaros da fonte das nuvens.

A chuva tão abençoada e ansiosamente aguardada pelo povo dos sertões vem estendendo seu manto pluvial por toda a Bahia, um motivo especial para novenas e pequenas romarias.

Devotos do Senhor Bom Jesus da Lapa, mesmo com as estradas quase intransitáveis, comparecem ao Santuário de pedra e luz para render graças, pagar promessas pela graça alcançada da chuva ou pedir proteção para os milhares de desabrigados por conta das mesmas chuvas.

O governador Rui Costa disse que este ciclo de chuvas é o “maior desastre natural da história na Bahia”. Pode-se fazer uma reflexão para se entender a opinião da autoridade governamental.

Talvez não seja um desastre, ou melhor, longe de ser um desastre. É que a natureza tem seus mistérios. Até mesmo a terra precisa se reciclar. E sendo o planeta composto por 70% de água, ou seja 1386 milhões de quilômetros cúbicos, uma chuva de 100 mm cúbicos é algo insignificante neste cenário.

Estima-se que há 32 anos não aconteciam chuvas em tamanha abundância na Bahia. As cidades cresceram e os administradores não cuidaram como deveriam dos sistemas de saneamento básico e de escoamento hídrico dos municípios.

Pode ser que o desastre não seja a chuva, porém, o sistema político que fomenta tragédias a conta gotas através dos anos. Na hora do temporal é um deus-nos-acuda.

Bom Jesus da Lapa, há 42 anos viveu uma grande cheia do Velho Chico, inundando toda a parte central da cidade, o que é motivo de nostalgia daquele tempo com fotos na internet de pessoas conduzindo canoas pelas ruas alagadas.

A capital baiana da fé vem resistindo heroicamente  à chuva quase que constante no último mês e agora em janeiro. Ultimamente o sistema de drenagem e escoamento das águas, com alguns piscinões em pontos estratégicos contribuem para que não ocorram dramas como está acontecendo em outros municípios.

Até o dia 1º de janeiro 153 municípios do sul e sudeste da Bahia sofreram com enchentes, contabilizando mais de 30 mil pessoas desabrigadas e quase 60 mil desalojadas. 25 pessoas morreram afogadas e 517 ficaram feridas.

A chuva continua caindo como se fossem os cabelos de Deus, para o homem botar as barbas de molho, cuidar melhor do meio em que vive.

É hora de continuar agradecendo pela bênção da chuva, assim como pedir por aqueles que sofrem com ela, se possível, dando alguma ajuda de qualquer natureza aos afetados.

E ter esperança, assim como fazer acontecer um ano melhor que esse 2021 que está no passado.

Foco em 2022 contribuindo para que todos tenham dias mais felizes!

Emanoel Virgino

Deixe um comentário

Por favor, insira seu comentário!
Por favor, insira seu nome

spot_img

Última notícias