Reportagem do Globo Rural mostra prejuízos causados na agricultura e pecuária por conta da cheia do São Francisco e das chuvas excessivas
A Rede Globo voltou a mostrar a situação de cheia do rio São Francisco e os efeitos das chuvas excessivas no município de Carinhanha.
Desta vez, o destaque da reportagem foi para os prejuízos dos produtores de leite que não conseguem escoar a produção e dos agricultores que tiveram suas plantações inundadas. Estima-se que mais de 250 mil litros de leite foram perdidos por conta da falta de condições de tráfego para os caminhões chegarem e saírem das comunidades.
A reportagem destaca também que no município, dezenas de famílias que moram próximo às margens do rio São Francisco precisaram sair de suas casas por conta do aumento do nível, e que o acumulado de chuva de dezembro e janeiro passa de 660 mm na região, cerca de três vezes mais do que a média para o período, o que deixou muitas estradas vicinais intransitáveis e plantações debaixo d’água.
De acordo com a prefeitura Francisca Alvas, a Chica do PT, 60% da população do município vive na zona rural e depende da produção agrícola para sobreviver. Ela prevê um cenário de fome no com a falta de colheitas nos próximos meses.
Neste domingo (23), o nível do rio São Francisco subiu mais 8 centímetros em Carinhanha, chegando à cota 7,94. O volume de águas que passa pela cidade baiana deve aumentar mais alguns centímetros nos próximos dias, superando a marca de 8 metros.
No Norte de Minas, com a diminuição das chuvas, a cheia começa a perder força em algumas cidades, como é o caso de São Francisco, onde o nível chegou a 10,18 m na sexta-feira e já recuou para 10 m neste domingo. O tempo de viagem da água desta localidade até a divisa com a Bahia é de aproximadamente cinco dias, o que indica que o nível deve começar a recuar nas primeiras cidades do Estado no meio da semana.
Mesmo com as comportas da Usina Hidroelétrica de Três Marias abertas, a cheia deve continuar diminuindo, pois os principais afluentes à jusante da barragem tiveram diminuição significativa dos volumes de água, como o caso do rios Abaeté, das Velhas, Paracatu e Urucuia.
Desde quinta-feira (20), o volume do reservatório voltou a cair após chegar a quase 94%. A hidroelétrica opera com afluência de 2.700 m³/s e defluência de 3.030 m³/s, liberando mais espaço para armazenar águas das próximas chuvas, que devem durar até meados de abril nas cabeceiras.
Via Agência Sertão