Ainda é incerto o tamanho do potencial de mercado que o Brasil terá caso avance na aprovação da lei dos jogos de azar, liberando jogo do bicho, bingo e cassino.
Para Magno José Sousa, presidente do IJL (Instituto Jogo Legal), que defende a abertura do mercado, há espaço para cerca de 600 bingos, 7 cassinos grandes e 12 menores.
Pelas regras do projeto de lei sobre os jogos de azar aprovado pela Câmara na semana passada, haveria condições para mais: 33 cassinos e 1.420 bingos licenciados, estabelecidos conforme a população de cada estado ou município. Esses números podem subir por causa da liberação de navios com estrutura para jogos e instalação em hotéis.
“O que a lei define é um parâmetro pela população, mas o número de fato vai depender das características do mercado e se vai haver interesse no investimento. Nem toda cidade com a população mínima comporta um bingo. O importante é tirar o jogo da ilegalidade, regulamentar e depurar isso”, afirma Sousa.
No caso do jogo do bicho, ele estima que o número deve ficar mais próximo ao previsto no projeto, perto dos 300.
Na opinião de Sousa, a legalização terá condições de evitar a lavagem de dinheiro com mecanismos para controlar o uso de cédulas e identificar todos os apostadores com registro dos prêmios acima de R$ 10 mil. Ele defende a expansão das máquinas de caça-níquel no projeto.
“Essas máquinas não vão sumir da noite para o dia. Se elas não forem liberadas nos pequenos estabelecimentos, podem acabar migrando para estruturas criminosas, milícias e organizações criminosas”, afirma.
O texto ainda será analisado pelo Senado e para virar lei depende de sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Joana Cunha/Folhapress