Integrantes das Forças Armadas estão irritados com o STF por conta da divulgação de áudios sobre a tortura militar
Os militares que fazem parte do governo federal deram aval ao presidente Jair Bolsonaro (PL) para conceder o perdão ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). A decisão foi costurada pelo núcleo bolsonarista raiz do presidente – na contramão do que aconselhou o Centrão. É o que afirma a colunista política Andréia Sadi, do G1.
Segundo a publicação, Bolsonaro foi aconselhado a deixar a solução do caso Silveira para o Parlamento, pressionando Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, a salvar o mandato do deputado uma vez que, juridicamente, ele já estava condenado à prisão, mas os parlamentares poderiam questionar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) a decisão sobre o mandato.
Foram encarregados de achar a solução do decreto concedendo a graça a Silveira, o subchefe de Assuntos Jurídicos do governo, Pedro César Sousa; o secretário de Governo, Célio Faria; o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Jorge Oliveira, indicado por Bolsonaro e considerado praticamente da família Bolsonaro, e o Advogado-Geral da União, Bruno Bianco.
Entre os militares, eles explicam os motivos do apoio à decisão do presidente. Há uma certa raiva do STF por ter liberado a candidatura do ex-presidente Lula, ao anular decisões da Lava Jato e a liberação de áudios do Superior Tribunal Militar da época da ditadura. A decisão do STF é de 2017 mas, na semana passada, trechos desses áudios em que os militares comentam os casos de tortura sofridos por presos durante o regime vieram à tona, após um trabalho do historiador Carlos Fico divulgado pela jornalista Miriam Leitão.
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