Fraudadores tentaram incluir o nome do pré-candidato ao Senado e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) na lista de signatários da “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”, que será lida na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo, no dia 11 de agosto.
Os dados referentes ao seu nome, endereço de email e CPF estavam corretos e foram checados pela equipe que coordena a segurança digital do manifesto, mas não foram preenchidos pelo ex-juiz.
O nome de Moro não chegou a ser incluído entre os signatários, já que os organizadores da carta entrariam antes em contato com ele para rechecar a veracidade das informações.
O coordenador da campanha de Moro, Luis Felipe Cunha, afirma que o ex-juiz não assinou o manifesto. “Confirmei diretamente com ele. Não assinou”, diz Cunha à reportagem.
Até a tarde desta sexta-feira (29), o documento, que reúne ex-ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), juristas, banqueiros, artistas e empresários, soma mais de 448 mil adesões.
Organizado por ex-alunos do curso de direito da USP, o manifesto é uma iniciativa suprapartidária que não menciona o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL). A carta foi concebida com expressões moderadas para atrair o maior número possível de signatários, evitando termos que soassem radicais, divisivos, pró-PT, anti-Bolsonaro ou de qualquer forma partidário.
Uma das análises sobre a estratégia é a de que, com esse formato, o documento segue à risca uma das principais lições de intelectuais que estudam o avanço do autoritarismo em diferentes países —a de que a formação de uma coalizão tão ampla quanto possível é a melhor maneira de barrar aventuras golpistas.
Mônica Bergamo/Folhapress