Candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), Braga Netto recebeu R$ 120 mil a título de férias
O deputado Elias Vaz (PSB-GO) vai cobrar explicações ao Ministério da Defesa sobre o que classifica como “supersalários” pagos a militares. Conforme dados do Portal da Transparência, benefícios pagos pelo governo levaram oficiais e pensionistas a ganhar até R$ 1 milhão em suas folhas de pagamento em um único mês.
Com um salário bruto mensal de R$ 31 mil como general da reserva do Exército, Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), recebeu R$ 926 mil nos meses de março e junho de 2020, auge da pandemia da covid-19. Só de férias, foram R$ 120 mil pagos a ele em um único mês.
Outros militares do governo também tiveram a folha de pagamento turbinada naquele ano. O ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, almirante de esquadra reformado da Marinha, teve R$ 1 milhão em ganhos brutos nos meses de maio e junho, enquanto seu salário habitual é de R$ 35 mil por mês como militar.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, um dos ministros mais próximos de Bolsonaro, recebeu um montante de R$ 731,9 mil em julho, agosto e setembro de 2020, apesar de ganhar um salário de R$ 35 mil por mês como general. Na época dos ganhos extras, ele comandava a Secretaria de Governo.
O tenente-brigadeiro da reserva Juniti Saito, ex-comandante da Aeronáutica, recebeu um montante bruto de R$ 1,4 milhão, em abril de 2020, enquanto seu salário habitual é de R$ 35 mil. A Marinha contesta o valor divulgado pelo próprio governo e afirma que foram pagos R$ 717 mil.
Em 2019, em seu primeiro ano de governo, Bolsonaro apresentou um projeto de lei que aumentou os benefícios pagos a militares. A indenização paga quando são transferidos para a reserva, por exemplo, subiu de quatro para oito vezes o valor do soldo. O gasto com os salários aumentou de R$ 75 bilhões em 2019 para R$ 86 bilhões em 2022.
A tarde