Casos recentes de assassinatos após discussões por política geram temor
Os relatos de mortes motivadas por discussões polítcas preocupam os brasileiros, que em momento de polarização percebem na exposição da sua opinião uma forma de ser agredido. De acordo com um estudo inédio do Datafolha, publicado nesta quinta-feira, 15, dois em cada três brasileiros (67,5%) afirmam ter medo de ser agredido fisicamente em razão de sua escolha partidária ou política.
O estudo inédito foi realizado a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS).
Na pesquisa, 3,2% dos entrevistados dizem ter sido vítimas de ameaças, por motivos políticos, apenas no último mês. O levantamento foi feito entre 3 e 13 de agosto, e ouviu 2,1 mil pessoas.
Dois casos recentes mostram os impactos da violência política. No dia 9 de julho de 2022, em Foz do Iguaçu, no Paraná, o guarda municipal Marcelo Arruda foi assassinado pelo policial penal federal Jorge Guaranho, que invadiu o seu anivesário e o assassinou a tiros, depois de gritar “Aqui é Bolsonaro!”. Marcelo era tesoureiro do PT.
Na semana passada, no dia 8 de setembro, um jovem de 22 anos, também bolsonarista, matou um colega de trabalho a facadas e quase o decapitou ao atingí-lo no pescoço com um machado. O caso aconteceu na cidade de Confresa, no Mato Grosso.
As principais discussões acontecem entre defensores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Lula (PT), que polarizam as eleições deste ano. O primeiro turno da eleição presidencial está próximo e acontece no dia 2 de outubro.
A Tarde