A virulências da campanha presidencial do segundo turno manteve a percepção de que esta é uma disputa entre rejeições. Segundo o novo levantamento do Datafolha, não votariam de jeito nenhum em Jair Bolsonaro (PL) 51% dos eleitores, enquanto 46% descartam apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O quadro é de estabilidade, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, ante à pesquisa realizada na semana passada. Nela, o presidente marcava 51% e o petista, 46%.
Bolsonaro segue com seu principal problema desde o primeiro turno, mas parece ter tido sucesso em degradar a imagem do oponente.
Ao longo da série de aferições para a eleição deste ano, iniciada em maio de 2021, o Datafolha nunca registrou Bolsonaro com menos de 51% de rejeição. Lula, por sua vez, viu suas taxas saírem de abaixo de 40% para o nível atual, no qual quase empata com o rival.
É um reflexo do acirramento natural da disputa em apenas dois adversários e do fato de que ambas as campanhas passaram a abrir toda sorte de caixa de ferramentas: a das fake news, a dos ataques pessoais, a dos exageros.
Com isso, Lula passou a ser vendido pelos rivais como um protetor de bandidos prestes a fechar igrejas. Bolsonaro, por sua vez, é atacado como alguém apoiado por assassinos e dono de tendências antropofágicas.
Muito tem girado em torno de religião, e o alvoroço político causado por bolsonaristas em Aparecida (SP) na quarta (12) encimou uma campanha que viu o presidente e aliados sugerindo que Lula é o mal em templos evangélicos e o petista acusando desumanidade do rival e posando ao lado de frades franciscanos.
Noves fora as acusações de lado a lado de associação com o diabo e a ressurreição de uma inexistente ligação da maçonaria com satanismo.
O instituto ouviu 2.898 pessoas em 180 cidades, na quinta (13) a sexta-feira (14), em levantamento encomendado pelo jornal Folha de S.Paulo e pela TV Globo registrado no TSE com o número BR-01682/2022.
Igor Gielow/Folhapress