domingo, novembro 24, 2024

Bolsonaro insiste em acusação sem provas sobre rádios, critica Moraes e diz que vai recorrer até o fim

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) insistiu, nesta quarta-feira (26), em acusações sem provas sobre a supressão de inserções eleitorais em rádios do Nordeste, criticou o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, e prometeu recorrer até o fim de sua mais recente decisão no caso.

A quatro dias do segundo turno, o chefe do Executivo disse ainda que seu partido deve contratar uma terceira empresa de consultoria para analisar os casos e que ele foi eleitoralmente prejudicado. Bolsonaro está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Certos lugares que achava que iria bem e poderia, até ganhar, nossa análise, pode ter havido outros fatores, vimos que perdemos. Com toda a certeza, as inserções de rádio fizeram a diferença ou poderiam ter feito a diferença. Não existe outro fator que a gente possa levar em conta nesse momento”, disse o chefe do Executivo.

A fala de Bolsonaro aconteceu durante entrevista a jornalistas no Palácio da Alvorada, que foi convocada de última hora por seus assessores. O presidente saiu sem responder perguntas, apesar de ter sido questionado sobre o fato de que rádios contestaram o relatório, se avaliava pedir o adiamento das eleições ou alguma outra medida.

O pronunciamento aconteceu poucas horas após o presidente do TSE rejeitar a ação apresentada pela campanha do presidente sobre suposto boicote de rádios na veiculação da propaganda eleitoral.

Moraes disse que a ação de Bolsonaro não tem provas e se baseia em levantamento de empresa “não especializada em auditoria”.

O ministro apontou possível “cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito em sua última semana” e mandou o caso para ser avaliado dentro do inquérito das fake news, que é relatado por ele mesmo no STF (Supremo Tribunal Federal).

Bolsonaro mudou radicalmente a sua programação na noite desta quarta-feira (26). O mandatário teve agenda em Minas Gerais ao longo do dia e deveria seguir diretamente para o Rio de Janeiro, onde iria dormir. De última hora, já no avião presidencial, resolveu voltar para a Brasília.

Bolsonaro então convocou ministros e os três comandantes de Forças Armadas para uma reunião no Palácio da Alvorada, antes de anunciar o pronunciamento.

Estavam presentes, por exemplo, o comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior; o ministro da Justiça, Anderson Torres; o chanceler Carlos França; e o ministro da Secretaria de Governo, Célio Faria.

Os dados do relatório encaminhado pela coligação ao TSE com alegações de supressão de inserções eleitorais do presidente são contestados por ao menos 6 das 8 rádios citadas pela campanha.

As rádios apontam divergências entre o número e os horários das inserções identificados pela empresa Audiency, contratada pela campanha de Bolsonaro, e o que foi realmente veiculado. Alegam que possuem as gravações dos dias citados no relatório e que estão à disposição das autoridades.

Na segunda-feira (24), o ministro Fábio Faria (Comunicações) e o coordenador de comunicação da campanha de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, anunciaram a entrega de um relatório preliminar ao TSE que contém o levantamento feito por uma empresa sobre o número de inserções de Bolsonaro e Lula veiculadas em emissoras de rádio nos estados do Norte e Nordeste.

“Constatamos que na região Nordeste, tivemos 29.160 inserções a menos na nossa candidatura, o que corresponde a 241 horas de programação impedida de ser transmitida.”, disse Wajngarten na ocasião.

Rádios que foram citadas no levantamento contestaram as alegações de veiculação. As emissoras apontam divergências entre o número e os horários das inserções identificados pela empresa Audiency, contratada pela campanha de Bolsonaro, e o que foi realmente veiculado. Alegam que possuem as gravações dos dias citados no relatório e que estão à disposição das autoridades.

As acusações acontecem em um momento de dificuldades enfrentado pela campanha de Jair Bolsonaro. No fim da semana passada.

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Matheus Teixeira/Renato Machado/Marianna Holanda/Folhapress

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