Ministério do Desenvolvimento Regional encaminhou pelo menos três ofícios alertando sobre riscos
O presidente Bolsonaro e o ministro da economia, Paulo Guedes, sabiam que não haveria dinheiro para manter a Operação Carro-Pipa no Nordeste após o segundo turno das eleições. A informação é do colunista Carlos Madeiro, do Uol, e está registrada em comunicações oficiais do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
Pelo menos em três oportunidades neste ano, ofícios encaminhados ao Ministério da Economia e à Presidência da República, alertaram para a falta de verba necessária à manutenção do programa executado pelo Exército Brasileiro.
A ação paralisação deixou sem água potável 1,6 milhão de pessoas da zona rural em áreas de seca. A informação foi solicitada pela Defensoria Pública da União (DPU) e fornecida pelo ministério. O orçamento federal aprovado para 2022 previa apenas R$ 282 milhões, o que seria suficiente para manter a operação por apenas cinco meses.
Em um dos ofícios enviado ao Ministério da Economia no dia 16 de agosto, há um primeiro alerta sobre a falta de verba para atender a população depois de outubro.
“A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil solicita a possibilidade de realizar gestões no sentido de buscar viabilizar a obtenção de recursos, visando garantir a continuidade da operação, considerando a sua importância para a população assistida”, diz o ofício 188/2022, assinado por Helder Melillo Lopes Cunha Silva, secretário-executivo do MDR.
No documento, ele cita que seriam necessários R$ 156 milhões para dar continuidade à operação até o final do ano. Ele pede a destinação desse valor, mas ainda faz uma proposta paralela: “Não sendo possível viabilizar o pleito nesse momento, solicita-se, alternativamente, R$ 52 milhões” para dar continuidade à operação até o fim do mês de outubro.
Após a comunicação, houve apenas um complemento, que serviu para manter a ação em outubro e pequena parte de novembro. No mesmo ofício, a pasta já falava que tinha sido necessário tirar dinheiro de outras ações do MDR para que a operação não fosse paralisada.
A Tarde