O presidente Jair Bolsonaro (PL) quebrou o silêncio na tarde desta quarta-feira (9) e fez um discurso dúbio a apoiadores, dizendo se responsabilizar pelos seus erros e ressaltando ser o chefe das Forças Armadas.
Ele falou com simpatizantes na área externa do Alvorada, após ficar recluso e evitar discursos públicos há mais de um mês, desde a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições.
Bolsonaro disse nunca ter saído “de dentro das quatro linhas da Constituição” e que acredita que “a vitória será também desta maneira”. Também exaltou sua ligação com as Forças Armadas, no dia em que Lula anunciou seus primeiros ministros, incluindo o futuro titular da Defesa, José Múcio Monteiro, e os futuros comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica.
“Tenho certeza que entre as minhas funções garantidas na Constituição é ser o chefe supremo das Forças Armadas. As Forças Armadas são essenciais em qualquer país do mundo. Sempre disse ao longo desses quatro anos que as Forças Armadas são o último obstáculo para o socialismo”, afirmou Bolsonaro.
O mandatário pediu para seus apoiadores se manterem informados. “Se algo der errado é porque eu perdi a minha liderança, eu me responsabilizo pelos meus erros. Mas peço a vocês: não critiquem sem ter certeza absoluta do que está acontecendo”, afirmou.
O presidente criticou os gritos de “eu autorizo” de seus apoiadores, numa referência ao pedido para ele acionar as Forças Armadas para dar um golpe e impedir a posse de Lula.
“Não é eu ‘autorizo não’, é o que eu faço com a minha pátria. Não é jogar responsabilidade para uma pessoa, sou exatamente igual a cada um de vocês, de carne, osso, sentimento”, afirmou.
Matheus Teixeira/Folhapress