Falta de recenseadores e moradores que se recusam a realizar a pesquisa são os principais problemas
O fim da coleta de dados para o Censo Demográfico 2022, que havia sido adiado para janeiro, pode ter que ficar para o mês de fevereiro. De acordo com o Extra, o diretor de Pesquisas do IBGE, Osmar Azeredo Pereira, diz que em fevereiro serão verificados domicílios que não receberam os recenseadores, porque os moradores se recusaram ou as residências estavam fechadas.
De acordo com o diretor, entre os motivos apontados como empecilhos para o atraso na coleta de dados para a elaboração do estudo pode estar relacionado com a pandemia e a Black Friday. “Tivemos problemas sérios na Região Sul com chuvas, como nunca tinham tido antes”.
A pesquisa começou a ser feita apenas em agosto, com atraso. Inicialmente, estava prevista para ser concluída em outubro, mas foi prorrogada. Contudo, a principal dificuldade, reconhecida pelo IBGE, ainda é a escassez de recenseadores, mas há também obstáculos como a recusa dos domicílios de renda mais alta em recebê-los.
O Disque-Censo (número 137) vai permanecer ativo em janeiro e fevereiro de 2023 para que os brasileiros possam responder às perguntas da pesquisa.
O diretor participou de um evento na manhã desta terça-feira, 27, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, para formalizar a assinatura de Acordo de Cooperação Técnica com a Secretaria de Saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro e premiar os agentes que foram mais produtivos. O acordo começou em novembro e tem por objetivo usar agentes de saúde para ajudar no Censo.
Segundo Azeredo, são aproximadamente 4.052 municípios com 99% da coleta feita atualmente. Esse ano, em cerca de 11 municípios, esse índice está abaixo de 80%. Os municípios que estão menos avançados são os maiores, como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. A estimativa de população dos últimos anos foi baseada no Censo de 2010.
O diretor de pesquisa do IBGE disse que o foco para terminar a cobertura são os estados de Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Amapá, Rondônia, Acre, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Nos estados do Nordeste, Azeredo diz que o trabalho está praticamente concluído.
“Vamos também verificar se todos os domicílios que estão vagos são realmente vagos ou se tinha um morador ali e o recenseador se equivocou. Isso tudo é importante porque é a população que se deixa de contar”, completou.
De acordo com Azeredo, o IBGE vai entregar os dados do Censo 2022 na quarta-feira, 28, às 10h, ao Tribunal de Contas da União (TCU) e o órgão publicará os dados no Diário Oficial no dia seguinte.
A Tarde
