Os ministros deixarão claro às lideranças do partido que, sem voto, não terão os cargos no segundo escalão
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva incumbiu sua articulação política, leia-se os ministros tidos como linha dura do governo Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) a enquadrar os “rebeldes” do União Brasil. Conforme circula nos bastidores do Palácio do Planalto do presidente já estaria cansado de tanta ‘insurgência de um partido que possui três ministérios [Turismo, Desenvolvimento Regional e Comunicações, Daniela do Waguinho, Waldez Góes e Juscelino Filho, respectivamente], na cota. Com isso, a ordem é entregar votos e não subscrever a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que pretende investigar os atos golpistas do dia 8 de janeiro em Brasília.
O governo não pretende tirar os indicados do partido do Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra as Secas) e da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), mas os ministros deixarão claro às lideranças do partido que, sem voto, não terão os cargos no segundo escalão, conforme o site Os Bastidores. E os que já estão nas funções serão demitidos.
No União Brasil, a dificuldade é garantir o voto das bancadas na Câmara e no Senado. Há gente disposta a aderir ao governo, mas parte considerável dos parlamentares, avalia um líder, prefere negociar votação a votação e ter seus ganhos a cada vez que o governo precisar.
Um dos que estariam na mira é o deputado federal baiano, líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento, que prega posição de independência, por onde vai. “Tivemos três filiados do União Brasil ocupando cargos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro […] e nem por isso fomos base do governo. Agora [no governo Lula], muito menos afirmou em entrevista à Globonews.