Ato em favor do ex-presidente ocorreu no último domingo
A participação de Jair Bolsonaro em cima do carro de som do ato deste domingo, 25, na Avenida Paulista pode trazer consequências para o ex-presidente. Isso porque uma declaração pode complicar sua situação no inquérito da Polícia Federal que investiga sua participação em uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. A informação é do blog de Malu Gaspar.
A fala de Bolsonaro foi encarada pelos investigadores como uma confirmação de que ele tinha conhecimento da existência de uma minuta de golpe.
O documento que ficou conhecido como “minuta do golpe” estava na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e era o rascunho de um decreto instalando um “Estado de Defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral”, com o objetivo de “garantir a preservação ou o pronto restabelecimento da lisura e correção do processo eleitoral presidencial do ano de 2022”.
Na prática, o texto previa uma intervenção no TSE com o objetivo de mudar o resultado das eleições.
“Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenham santa paciência. Golpe usando a Constituição”, disse Bolsonaro durante um discurso de 20 minutos em que se propôs a explicar as acusações da PF.
“Deixo claro que estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa. Isso foi feito? Não. Apesar de não ser golpe o estado de sítio, não foi convocado ninguém dos conselhos da República e da Defesa para se tramar ou para se botar no papel a proposta do decreto do estado de sítio.”
De acordo com a coluna, para policiais federais envolvidos na apuração do caso, embora tivesse a intenção de sustentar que não houve tentativa de golpe, ele admitiu que havia uma minuta e isso deverá ser inserido no inquérito.
A Tarde