No último dia 25 de fevereiro, a Associação Quilombola Lagoa do Peixe, em Bom Jesus da Lapa, encaminhou ofício ao Ministério Público Federal, denunciando um conflito fundiário no quilombo Lagoa do Peixe, onde residem mais de 60 famílias.
A Comunidade Quilombola Lagoa do Peixe, situada no município de Bom Jesus da Lapa, Estado da Bahia, é compostas por agricultores familiares e pescadores, reconhecida desde 07 de julho de 2004 como propriedade definitiva conforme estabelece o Artigo 68 do ADCT (Atos das Disposições Constitucionais Transitória) da Constituição da República Federativa do Brasil.
A diretoria da Associação diz que “o cenário que se tem é de sangrar o coração, criminosos configurados no sistema de grilagem se apropriaram indevidamente das nossas terras, e vem retirando a nossa paz”.
O documento enviado a MPF diz que “ área já demarcada em nosso território está sendo invadida, no processo de retaliação das nossas cercas e destruição das nossas matas, (fauna, flora e nossos animais)”.
Os moradores locais dizem que estão sendo ameaçados, com o arame das cercas sendo triturando abrindo espaço para novos cercados, com uso constante de maquinários. “Fizemos mutirões, compras coletivas para a reposição dos arames, e ciclo se inicia temporariamente. Não temos mais estrutura financeira e tão pouco emocional para lidar com a situação”, afirma o abaixo assinado.
“Nos sentimos solitários e desamparados diante do contexto em questão. A dinâmica política, os entraves legais e questões burocráticas e administrativas têm sido fatores que têm dificultado o acesso aos nossos direitos. A nossa saúde mental e física, o medo de morrer a qualquer momento e a esperança de vivermos em paz é a finalidade desse documento”, reza o documento.