terça-feira, dezembro 3, 2024

Remédios podem ficar 300% mais caros

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Depois que a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) autorizou o reajuste de 4,5%, mas uma pesquisa feita pelo Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) revelando que o aumento nos remédios nas farmácias do Brasil pode ser muito maior. Isso porque, na maioria das vezes, as farmácias cobram valores inferiores ao teto permitido. Como o reajuste incide sobre o preço máximo, as drogarias têm uma margem ainda maior para definir os preços. “Como as farmácias já praticam preços muito abaixo do teto, elas podem aplicar um reajuste bem maior, que está dentro do permitido”, diz Marina Magalhães, pesquisadora do programa de saúde do Idec. Isso explica porque a desvenlafaxina, que Leiliane comprava por R$49 no mês passado, passou a custar R$90 – um aumento de 84%.

“Vamos supor que um medicamento é vendido por R$100, mas o teto permitido é R$200. Os 4,5% serão aplicados sobre o máximo. Então, a farmácia poderá reajustar tanto quanto quiser desde que não passe de R$209. A decisão fica para a varejista”, completa a pesquisadora, que critica a falta de controle sobre os preços praticados.

A losartana potássica, utilizada para o controle da hipertensão, chega a custar menos de um quarto do seu preço máximo. Nesse caso, a farmácia pode reajustar em mais de 300% sem desrespeitar a lei. “O tamanho da diferença entre o preço praticado e o teto depende do medicamento. Em média, os medicamentos de marca são 70% mais baratos e os genéricos, 115%”, revela Marina Magalhães.

A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que representa as 30 maiores redes do varejo farmacêutico nacional, disse, em nota, que o reajuste tem como objetivo “a reposição dos custos da indústria e do varejo”. “Entre os quais: reajustes salariais, custos de ocupação, perdas de insumos, energia elétrica, água e aluguel de pontos de venda”, pontuou.

reprodução

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