Por Emanoel Virgino
Faltando quatro meses para as eleições de outubro, ainda em pré-campanha, Bom Jesus da Lapa vive um tempo de muita movimentação política. Os dois grupos que se enfrentam a cada dia imprimem novas ações que viralizam nas redes sociais.
De um lado o chamado “grupo da liberdade” vem divulgando as ações do prefeito Fábio Nunes (PT), que pretende fazer em poucos meses o que não teve oportunidade de realizar em três anos, devido às interferências de Eures Ribeiro (PSD), que travava todas as ações do prefeito para que ele não aparecesse bem diante da população.
Tal mesquinharia política do deputado forçou um rompimento proposto por ele mesmo, já que Fábio Nunes não queria abrir mão de vir para a reeleição, uma vez que o acordo em 2019 era que Fábio governaria para que Eures aparecesse durante dois anos, sendo que os dois últimos anos de gestão, seriam para que Fábio se sobressaísse, mas Eures nunca quis cumprir com o acordo, se demonstrando um verdadeiro “ditador”.
O perfil ditatorial de Eures Ribeiro sempre esteve à tona, desde que ele era vereador, cujas ações normalmente foram caudilhistas, quando utilizava a presidência da Câmara Municipal para se promover, com um grupo de contratados o aplaudindo e vaiando os vereadores de oposição, assim como faziam quando as pautas eram do prefeito Roberto Maia.
Como prefeito, Eures Ribeiro causou espanto logo em 2013, quando em entrevista na TV Câmara disse que gerentes, secretários, diretores e garis eram todos ladrões. Pior, foi ele ter acusado as professoras de darem os cartões de banco para os maridos, que eram verdadeiros gigolôs, segundo suas palavras.
Eures causou revolta ao sequestrar R$ 35 milhões dos precatórios para fazer obras especificamente que marcariam seu nome na história de Bom Jesus da Lapa. No rol de realizações, construiu UBSs, escolas e o teatro de péssima qualidade, que precisam ser reformados todos os anos. Inclusive, o teatro, que foi uma emenda de Arthur Maia, só foi utilizado duas vezes porque passou a ter infiltrações e risco de cair na cabeça da plateia.
O perfil de ditador apareceu com mais força na pandemia, quando o então prefeito incitou a população a tocar fogo num cidadão de outro município, humilhou os comerciantes que queriam abrir suas lojas e fizeram carreatas, tolheu o direito da comunidade ir e vir, usou o dinheiro extra da pandemia para realizações inúteis, como os túneis de desinfecção proibidos pela a Anvisa, que os considerava perigosos e não recomendava a instalação, dentre inúmeras sandices.
Agora, Eures se associou ao deputado federal Arthur Maia (UB), a quem ele se regozijava de ter acabado com a reputação em Bom Jesus da Lapa, assim como o fizera com os Magalhães. Maia e Magalhães eram motivos de chacota da parte do deputado estadual, com sua baixa votação na cidade, quando nas eleições de 2018, o deputado federal obteve 1.853 votos, ficando em terceiro lugar abaixo de Luiz Caetano (2340) e Sérgio Brito (11.1310), ou seja, uma verdadeira humilhação.
Já nas eleições de 2022 a situação de Arthur melhorou um pouco, principalmente devido às andanças do vereador Coriolano Leite e as ações de Harley Nascimento como superintendente da Codevasf. No pleito, Arthur obteve 4.469 votos em Bom Jesus da Lapa, ficando em segundo lugar, de forma que o campeão de votos na cidade continuou sendo Sérgio Brito com 12.039 votos.
Com o rompimento, Sérgio Brito traiu os eleitores de Bom Jesus da Lapa retirando mais de R$ 12 milhões em emendas, e abriu espaço para Arthur, que sempre destinou emendas para a cidade, geralmente visando ao benefício de seus negócios no Projeto Formoso e outros em forma de loteamentos.
O deputado federal Arthur pode herdar parte dos votos de Sérgio Brito, que tem promessa de ir pra o TCM (Tribunal de Contas dos Municípios), cujo cargo é vitalício. Por conta disso, Arthur Maia se curva ao seu aprendiz, com perfil muito semelhante e a quem Eures deve favor por ter recebido as melhores lições, sobretudo a de manter um clã. Muitas lideranças se afastaram de Arthur Maia desde que ele entrou na política lapense, por não dar oportunidade a ninguém, e sim, bater na mesa para impor candidaturas a prefeito.
Bolsonarista assumido, o qual promoveu comício ao “mito” em Guanambi nas eleições de 2022, Arthur Maia simplesmente faz com que Eures Ribeiro assuma seu perfil também bolsonarista, já tendo se arrependido publicamente de ter votado em Lula, que chamou Rui Costa de Rui Promessa e que tem perfil de traidor e ditador. Mesmo assim, ele fica postando vídeos para insinuar que o PT está com ele, o que é uma verdadeira enganação.
Será que o povo vai engolir tudo isso? Em outubro tudo vai se esclarecer e a maioria da população vai demonstrar se sofre de síndrome de Estocolmo, também se quem cativa os loucos é mais forte do que quem cativa as criancinhas!
