Emanoel Virgino
Embate entre Fábio Nunes e Eures Ribeiro representa duas forças, uma bem clara e transparente e outra oculta
A campanha política em Bom Jesus da Lapa, este ano, foi uma das mais acirradas de todos os tempos, com a divisão do grupo de Eures Ribeiro, uma pessoa ambiciosa e que costuma atropelar a tudo e a todos para realizar seus intentos, por isso, vem colecionando desafetos há mais de 20 anos de trajetória no setor público.
Toda a história entre ele e o primo Fábio Nunes, a sociedade já conhece, sendo que o prefeito preferiu seguir seu caminho vendo que o deputado queria tratá-lo como um imbecil e incompetente, como fez com Ítalo Rodrigo, ex-prefeito de Serra do Ramalho. Seguiram com Eures aqueles que mais combinam com seu estilo pouco democrático de fazer política.
Logo no início da pré-campanha, o grupo de Fábio Nunes começou a divulgar que em Bom Jesus da Lapa estava acontecendo uma guerra espiritual, com forças motivando Fábio de um lado e Eures do outro. Isso se alastrou e o povo começou a chamar o deputado de “Tinhoso”.
Na convenção de Eures Ribeiro, no dia 4 de agosto de 2024, todo o material de campanha apresentava uma logomarca tendo o nome Eures estilizado com a representação de um rabo simbolizando uma seta entre as letras U e R. Rapidamente foi sendo viralizado nas redes sociais que a logo de campanha continha referências ao diabo. A equipe de marketing e publicidade do deputado teve que refazer os trabalhos excluindo o “rabo” da arte gráfica. No entanto, circularam boné e bandeiras com a antiga logo durante a campanha.
Mas, uma propensão por questões ditas demoníacas, segundo relatos de pessoas que conviveram com ele, e atos do deputado, são visíveis. Já foi revelado em várias ocasiões, inclusive pelo prefeito, Fábio Nunes, que a nova configuração da Praça da Fé, a menina dos olhos de Eures, seria um monumento ou santuário dedicado à deusa Lilith, cuja mitologia relata que Lilith, após fugir do Éden, se casou com o Rei do Inferno, se tornando o primeiro ser humano a ser tentado e também demônio a existir. Sendo assim, a mesma tem o controle sobre os demônios.
Lilith é a força sexual. Dessa maneira, Pombagira e Lilith concebem uma mesma ideia arquetípica de mulher: livre, sensual, na qual o grande mal é não permitir ser dominada pelo homem. Mediante os elementos simbólicos pode-se pensar alegoricamente o modelo feminino de Pombagira atrelado ao de Lilith. Na Praça da Fé há uma estátua feminina que seria a deusa Lilith, razão pela qual, ao inaugurar a praça reformada, Eures proibiu que ali houvesse qualquer evento popular.
Todo esse sincretismo permeia o imaginário do povo de Bom Jesus da Lapa, que começou a comentar pela cidade, deixando algumas pessoas estarrecidas, que na verdade, na capital baiana da fé sendo um ponto de confluência de energias divinas, com base na fé católica, estaria havendo uma interferência de forças ocultas para travar uma guerra contra o poder emanado pelo que representa o Santuário do Bom Jesus há mais de três séculos.
O ex-prefeito se auto intitula imperador, de forma que sua primeira aparição pública na Praça da Fé depois da inauguração, foi vestido de rei no pré carnaval de 2023. Seu estilo político remonta aos césares da Roma Antiga, razão pela qual toda a estética da Praça da Fé é baseada nas praças romanas daquele tempo, com muitas esculturas de leões, o símbolo maior dos reis romanos, que os criavam para devorar os inimigos nas arenas, inclusive, os católicos que pregavam a palavra de Cristo eram jogados aos leões, como foi o caso de Santo Inácio de Antióquia, Santa Perpétua e muitos outros.
O grande dia da batalha final é neste domingo, 6 de outubro. Resta saber qual é o merecimento do povo de Bom Jesus da Lapa, se entra em uma nova era de liberdade ou se continuará experimentando os efeitos da velha política do dinheiro em uma mão e o chicote na outra.