Por Mara Cerqueira
Recentemente, tem sido possível observar alguns ataques ao deputado federal Arthur Maia (UB), isso porque o político escolheu o deputado Eures Ribeiro para apoiar nessas eleições municipais de 2024.
O conhecido racha do grupo político da atual gestão gerou duas candidaturas, e sendo base do governo federal, o União Brasil naturalmente ficaria com Fábio Nunes (PT), no entanto, na Bahia o partido é oposição e por isso é normal que o deputado ficasse na oposição no âmbito municipal.
Maia e Ribeiro já foram parceiros, inclusive, segundo o deputado estadual, foi aquele que o inspirou entrar para a política, mas foi em oposição a Arthur que este se consagrou o maior político da região.
Quando dois políticos dessa envergadura dão passos tão ousados, é natural que muita gente fique sem entender o que isso antecipa; acontece que tanto um, quanto o outro estão pensando lá na frente e esse movimento pode indicar que o PT da Bahia possa perder força nos próximos anos, deixando espaços a serem ocupados nos próximos anos.
Acha essa observação um pouco de loucura? Sim, mas se dissesse que Eures iria largar a mão do primo e sair pra uma candidatura de oposição em Bom Jesus da Lapa todos diriam que era alucinação das boas.
Arthur é um político nato, e por esse motivo tem sido desde muito jovem um prodígio na arte de composição escolhendo uma cidade como Lapa para começar sua carreira política e isso não foi à toa, pois naquele momento a cidade estava grata ao governador Nilo Coelho pela obra da ponte Gersino Coelho.
Mas, por que um político que só fez bem para a cidade caiu em popularidade na última década? Reza a lenda urbana dentro do grupo que o apoiara, que Arthur teria uma aliança velada com Eures em 2012, mas nada disso se comprova. Segundo alguns, Roberto Maia não teria se engajado devidamente na campanha de Moisés Barbosa, deixando sua base órfã de liderança.
Especulações à parte, o fato público é que desde o rompimento de Eures e Arthur em 2004 eles nunca mais foram vistos no mesmo palanque, Arthur se afastou da política da Lapa e por isso perdeu espaço, já que com o crescimento de Ribeiro outros atores entraram em sena.
Mas é importante lembrar que ele sempre destinou emendas parlamentares que construíram obras muito importantes para cidade, e tem relações comerciais muito fortes com o município, Exemplos: Prédio da Policlínica Municipal, Água potável do Projeto Formoso, água potável para a Barrinha, inúmeros poços artesianos no interior e outras tantas, até difícil de enumerá-las.
Diante dessa reflexão, o mais importante é afirmar que sim, Arthur foi injustiçado pela Lapa, pela sua História com a cidade. Não se nega que a influência de Eures e seus candidatos a federais tem pulverizado as votações para deputados por aqui, mas negar que algo aconteceu dentro do próprio grupo do Federal, que ao focar conquistar eleitores em toda a Bahia deixou seu importante reduto eleitoral de Lapa e região a ser conquistado por outros, deixando muitos queixosos por aqui, sendo que muitas dessas queixas não são justas ao deputado.
É certo que justas críticas podem e devem ser feitas ao deputado, mas dizer que ele não teve uma postura correta com Bom Jesus da Lapa é no mínimo ingratidão, talvez a falta seja do próprio grupo do deputado que não foi capaz de construir uma oposição competente a Eures Ribeiro, assim permitindo que no decorrente ano ele virou oposição à candidatura do PT (Partido dos Trabalhadores) e seu mais novo filiado, Fábio Nunes, assim colocando Eures e Arthur no mesmo palanque novamente.