Por Mara Cerqueira
Não se enganem com a política, nesse universo nada em absoluto é o que parece. Pensando como um articulador político ou mesmo um analista, o leitor compreenderá o que foi citado.
Na cidade de Bom Jesus da Lapa, o assunto mais comentado é o racha do grupo do deputado Eures Ribeiro, que virou duas frentes muito interessantes localmente, uma liderada pelo próprio Eures, a outra nem se sabe ao certo por quem, tudo isso, porque o grupo que ficou com o prefeito Fábio Nunes é bem homogêneo, e mesmo sendo o atual gestor da cidade, pode não ser o nome mais forte politicamente.
Fábio é o candidato que é petista por ter se filiado de última hora, mas não tem tradição e por isso sua autoridade é ofuscada com a de lideranças do partido, que é mandatário nos níveis federal e estadual. No mesmo grupo está o ex-candidato a prefeito que foi adversário de Fábio em 2020, Moizes Barbosa, na oposição a Fábio, que era candidato de Eures mesmo sem expressão política para se eleger sem o padrinho.
Barbosa teve uma votação muito expressiva que surpreendeu a todos, mas sua liderança política ainda é rotineiramente contestada e atribuem seu feito ao voto contrário a Ribeiro, e pouco teria a ver com sua liderança; por isso, quando se candidatou a deputado estadual no último pleito não obteve uma votação considerável.
Moizes é o personagem político da semana, isso se deve a especulações já antigas de que o Partido dos Trabalhadores não o veria com bons olhos, o seu nome não é palatável a muitos por lá, por esse motivo, estaria impondo a Fábio o nome de Marcos Haiala, que é filho de Hildo Valetim, mandatário de um grupo do partido em Lapa.
Até onde se sabe, o PT já passou a máquina de moer político em cima de Moizes; o ano era 2012: Moizes x Eures, o partido que era aliado do Roberto Maia por duas gestões escolheu se opor ao grupo dos Maia e golpear o novato candidato.
A situação de Moizes seria periclitante, ainda que o grupo da “liberdade ” não confirme, mesmo assim, fica difícil negar que aquele que seria vice, pode não ser mais. Em declaração à jornalista Mara Cerqueira, Moizes responde a pergunta se é mesmo vice de Nunes: “Amiga, foi feito esse compromisso político com Fábio, portanto, está tudo certo com ele”.
A resposta é clara, é verdade, mas como eu já coloquei, a política é uma correlação de forças e nesse embate, ele corre o risco de levar a pior.
Outra questão que envolve Moizes é justamente a sua força política, sendo que não só o grupo do poder se rompeu, mas também o da oposição, com isso, muitas lideranças acompanharam o União Brasil que é o grupo do deputado Arthur Maia, que ainda possui uma liderança significativa na cidade.
A força demonstrada pelo partido tem, acima da força política, a simbologia do que foram os governos Maia e é muito fácil perceber que muitos que estavam ao lado de Barbosa em 20, se encontram com Eures Ribeiro no momento.
A situação que envolve Moizes é uma briga importante dentro do PT, que é um partido muito plural, incluindo seus próprios filiados sendo que muitos declaram votos contra Fábio, por entender que ele não representa o partido, e sim os caprichos de algumas lideranças.
Numa cidade como Bom Jesus da Lapa, não dá para esconder absolutamente nada em política. conversas vazadas dentro do próprio grupo de WhatsApp ligado ao prefeito, dão subsídios para essa análise. No grupo do aplicativo verde, lideranças contra Moizes fazem críticas públicas ao político, ocasionando a saída do pré-candidato, que foi vítima de duras críticas na ocasião, mas isso não é novidade, fontes sempre me revelavam que a briga não é de agora, mas que nesse momento, apenas se intensificou.
Moizés é filho de Lapa, um empresário muito bem conceituado, respeitado por seus pares e por moradores, portanto, tem todo o direito de pretender servir à cidade como um gestor político, por isso, acredita-se que seria uma grande desfeita do grupo da “liberdade”, que além de expor o político a essa disputa, ainda lhe impor uma derrota desse nível.
Nesse cenário, melhor seria acreditar em um acordo que respeite sua história política, e também como empresário de sucesso e filho dessa terra, e torcer para que tudo isso não passe de uma infeliz intriga daqueles que não torcem por sua candidatura.
