Depois que o volume de água das chuvas em Minas Gerais, juntamente com o efeito da abertura das comportas da hidrelétrica de Três Marias, chegaram à divisa daquele estado com a Bahia, o rio são Francisco em algumas regiões tiveram grande aumento de sua vazão, como em Bom Jesus da Lapa, que atingiu 9 metros nesta quinta-feira, 27.
Nessa mesma data, a população de Ibotirama viu as águas do Velho Chico avançarem pelas ruas que ficam mais próximas à margem, o mesmo vem acontecendo em Carinhanha e outras cidades ribeirinhas, sem contar localidades rurais e ilhas que já estão inundadas.
O Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), reconheceu, nesta quarta-feira (26), a situação de emergência em seis cidades de quatro estados do País em razão das fortes chuvas, segundo portaria publicada no Diário Oficial da União.
Na Bahia, os municípios que obtiveram os reconhecimentos foram Carinhanha e São Félix do Coribe. De acordo com o decreto, a situação em São Félix do Coribe é referente às inundações do rio Corrente e de seus afluentes.
Já em Carinhanha, apesar da maior cheia do rio São Francisco em 15 anos, a prefeitura justificou as chuvas intensas de dezembro e janeiro como causas de problemas como danificação de estradas e inundação de lavouras. O decreto municipal foi publicado no dia 28 de dezembro e reconhecido pelo Governo do Estado no último dia 12.
E a chuva deve voltar a partir deste fim de semana de forma significativa em boa parte da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco, principalmente em Minas Gerais, onde estão as nascentes dos principais afluentes. A formação de uma nova Zona de Convergência do Atlântico Sul será responsável por interromper a estiagem depois de semanas chuvosas em dezembro e início de janeiro.
Desta vez, segundo as informações dos modelos meteorológicos e institutos de meteorologia, as chuvas serão concentradas com maior intensidade nos municípios mineiros, principalmente à jusante de Três Marias e nas cabeceiras do rio das Velhas.
Em cidades como Arcos, Bambuí, Lagoa da Prata, Luz, Bom Despacho, Nova Serrana, Divinópolis, Pitangui e Pará de Minas, nas cabeceiras do São Francisco, os volumes acumulados em dez dias podem podem variar entre 130 mm e 180 mm.
Nos municípios das vertentes do rio Paraopeba, como Brumadinho, Betim e Sete Lagoas, os acumulados devem ficar entre 110 e 150 mm, enquanto Belo Horizonte, Itabirito e Ouro Preto e demais municípios do rio das Velhas devem registrar entre 120 e 140 mm.
Também há previsão de chuvas em volumes semelhantes em parte da região Noroeste, como João Pinheiro e Paracatu, com volumes entre 110 e 140 mm. Nas regiões de Buritis, Arinos e Chapada Gaúcha, a previsão é de precipitação de 80 a 110 mm.
Nas demais áreas, como a Região Central Mineira e Norte de Minas, os volumes esperados são um pouco menores de acordo com as previsões de momento, variando de 70 a 110 mm, desde Pirapora até a divisa com a Bahia.
Os volumes de chuva devem ser significativos nas bacias dos rios Parnaíba, Paraíba do Sul e Doce, com volumes também na casa de 150 mm nas principais cidades.
Nos municípios baianos da bacia, as chuvas devem ser mais concentradas nas cabeceiras dos rios Carinhanha, Corrente e Grande, com volumes entre 40 e 80 mm em Cocos, Luís Eduardo Magalhães e Barreiras, e inferiores a 50 mm no leito do rio, em Bom Jesus da Lapa, Carinhanha e Malhada, e na vertente da margem esquerda, como em Caetité e Guanambi.
Do reservatório da hidroelétrica de Sobradinho até a foz, na divisa de Alagoas com Sergipe, as previsões apontam volumes inferiores a 30 mm nos próximos 10 dias.