Ex-ministro ao STF, relator da Ação Penal 470, diz a colunista do Uol que ainda é cedo para definir cenários e a própria decisão sobre disputa à Presidência
Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal que foi o duro relator da Ação Penal 470 (que se tornou conhecida como “mensalão”), julgamento que promoveu diversos justiçamentos de cunho político-partidário no lugar de se ter buscado a Justiça, anunciou à jornalista Daniela Pinheiro, do Uol, que se desfiliou do PSB. Ele reclamou da sigla por jamais tê-lo ouvido, “para nada”, frisou, desde que se recusou a ser candidato a presidente em 2018.
“O partido que poderia me ter nunca se interessou em me lançar candidato”, disse Barbosa à jornalista. Segundo Daniela Pinheiro escreve, registrando a conversa, “assim, como muitos casamentos precipitados, a relação logo se mostrou sem sentido. Decidiu então que era hora de mudar de ares”. O ex-ministro do Supremo teria dito então, por telefone: “Não tenho plano B. Estou livre, estou solto”.
“Jogada de mestre”, diz Barbosa sobre provável chapa Lula-Alckmin
Deixando claro para a jornalista que a união do ex-presidente Lula (PT) com o ex-governador Geraldo Alkmin (sem partido, mais próximo hoje do PV e do PSD do que do PSB) é uma “jogada de mestre”, Barbosa foi além nos elogios ao ex-presidente petista. “Só um cara muito experiente politicamente para fazer um troço desses”. Mas acha que o Partido dos Trabalhadores está comemorando antes da hora. “Esse jogo está longe de estar definido, como os analistas estão dizendo”, adverte. “Tem que observar, ver o que vai acontecer ainda. É preciso esperar o começo da campanha de verdade”.
Joaquim Barbosa ainda deu recados de segurança pessoal a Lula e ao ex-juiz parcial e investigado pelo TCU, Sérgio Moro, com quem ele se encontrou em janeiro. Falando que os bolsonaristas são violentos, disse o ex-ministro do STF ao Uol: “Essa turma do outro lado é sanguinária, não tem limites. Pode vir um doido e fazer isso mesmo.” E emendou: “Quem tá de bobeira aí é o Moro, que fica andando de lá pra cá”.
Sobre a própria candidatura, em eventual mudança de cenário da disputa atual, não fechou a porta. “Esse chamado ainda não veio”, disse à repórter, sem muita ênfase. “Talvez venha depois que sair essa notícia da minha desfiliação”, completou – justamente para quem deu a notícia da desfiliação. “Estou caladinho, quietinho no meu canto”, completou enigmático.
Brasil 247