“A população quer ser bem atendida, não quer saber de quem é a gestão”, declarou o governador da Bahia em entrevista à GloboNews
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), falou à jornalista Miriam Leitão na GloboNews e defendeu que a candidatura do ex-presidente Lula (PT) e seu eventual terceiro governo sejam exercidos com um “grande arco de aliança e governança”, “humildade” e próximo à iniciativa privada.
De acordo com Costa, “para colocar o Brasil nos trilhos vai ser preciso a ajuda de muita gente e um pacto de governança”. “A situação está muito pior do que quando Lula assumiu em 2003. Nós tínhamos naquela época um país mais estável, com ferramentas e possibilidades macroeconômicas muito maiores do que temos hoje. Com imagem e credibilidade no exterior. O cenário interno e internacional era mais favorável. Temos que ter a dimensão do desafio e a noção de que precisamos de muitas pessoas para colocar o Brasil de volta nos trilhos”.
“É preciso um grande arco de aliança, sendo muito objetivo, um arco de governança. Historicamente, e eu já ouvi isso dentro do PSDB, essa polarização excessiva começou em São Paulo e levou os dois partidos, PT e PSDB, que tinham propostas comuns de social-democracia, a tornarem-se antagônicos”, completou.
Sobre o apoio do setor privado, o governador afirmou que “a população quer ser bem atendida, não quer saber de quem é a gestão”. “Muitas vezes se colocou o interesse das corporações acima dos interesses da gestão pública. Com a queda da capacidade fiscal da União, até pior do que a dos estados, é necessário lançar mão de parcerias com o setor privado para alavancar investimentos em várias áreas, como infraestrutura e logística”.
Bahia
Sobre o cenário estadual, Costa afirmou que uma decisão só será anunciada em 13 de março. O governo baiano é resultado de uma coalizão entre PP, do vice-governador João Leão, PSD, do senador Otto Alencar, e PSB. Alencar pode vir a ser o candidato do grupo ao governo do estado. Há também a possibilidade da candidatura do senador Jaques Wagner (PT).
Perguntado sobre ser ministro de Lula, Costa afirmou que esta decisão cabe exclusivamente ao ex-presidente, a quem fez elogios. “Lula está com a cabeça ótima. Uma pessoa que passou o que ele passou e está sereno. Eu apoio e acho positivo o aceno ao governador Geraldo Alckmin e alguns dizem que ele não agregaria voto. Não é uma questão de contabilidade de voto, é sinalizar para a sociedade como nós pretendemos governar. Queremos governar abraçando o Brasil, mobilizando segmentos para fazer um grande pacto nacional que permita o crescimento, a geração de emprego e renda. Esse país precisa de estabilidade política, institucional e um pacto de longo prazo, não apenas para um governo, mas para planejar o longo prazo”.
Brasil 247