“O regime autoritário imposto pelo golpe militar de 1964 ceifou vidas, com cerca de 434 pessoas mortas, mais de 20 mil cidadãos e cidadãs brasileiras torturadas, além da perseguição e do afastamento da vida pública de quase 5.000 representantes políticos em todo país. A censura imposta a estudantes, jornalistas, artistas e intelectuais deixou cicatrizes profundas nas instituições e na sociedade brasileiras”, diz o documento, que é coordenado pelo Pacto Pela Democracia, espécie de guarda-chuvas de diversas entidades.
O golpe de 1964, que durou até 1985, é constantemente celebrado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores, que o exaltam como tendo salvado o Brasil de uma hipotética “ameaça comunista”.
A grande maioria dos historiadores, no entanto, considera que esse fantasma vermelho foi apenas um pretexto para a derrubada do presidente João Goulart.
“O período recente da história brasileira tem sido marcado por ataques à democracia e às instituições com perseguição de opositores e vozes dissidentes, como membros da sociedade civil organizada, jornalistas, artistas e ativistas. Todos os pilares democráticos estabelecidos pela Constituição Federal de 1988 vêm sendo ampla e gravemente atacados pelo atual governo federal ao longo dos últimos três anos, sendo o processo eleitoral um alvo recorrente e primordial de tais investidas”, afirma o documento.
Fábio Zanini, Folhapress