Ex-governador de SP criticou governo Bolsonaro durante evento de formalização da chapa presidencial
O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), fez um discurso enfático nesta sexta-feira, 8, durante o evento que indicou o seu nome ao PT para que componha a chapa a vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto.
Na ocasião, Alckmin agradeceu os companheiros de partido, entre eles Márcio França, que foi seu vice-governador durante o último mandato, além do próprio PT. “Queria agradecer também a confiança e a honra da indicação do nosso nome ao PT e ao presidente Lula para a possibilidade de compormos uma chapa para trabalharmos pelo país”, declarou.
Alckmin utilizou o momento para justificar a união dos históricos adversários em torno de um projeto político conjunto, afirmando que “não é hora de egoísmo” e que é hora de “reconstruir o país”.
“Aqui foi bem explicitado o momento grave que nós estamos vivendo. Na realidade, não é hora de egoísmo, é hora de generosidade e grandeza política, de desprendimento e de união. Política não é uma arte solitária. A força da política é centrípeta, e nós vamos somar esforços para a reconstrução do nosso país”, acrescentou.
O agora companheiro de Lula aproveitou ainda para fazer críticas ao governo Bolsonaro, que, em suas palavras, “atenta contra a democracia”.
“É lamentável para mim, que entrei na vida pública, presidente Lula, e o senhor também, lá atrás, para redemocratizar o Brasil, vermos hoje um governo que atenta contra a democracia e as instituições. E o que melhor define as nações que vão bem é exatamente ter boas instituições. O inverso é autocracia, o governo do que ‘eu quero, eu faço’, por cima da lei, da vontade e do interesse do povo. O resultado é a maior crise das últimas décadas, violência e miséria”, lamentou.
Por sua vez, Lula disse ter “certeza” de que o nome de Alckmin será aprovado pelo PT em um encontro da direção do partido, que será realizado na próxima quinta-feira, 14.
“Pessoalmente quero dizer que já fui adversário do Alckmin, do [José] Serra, do Fernando Henrique Cardoso, e nunca nos desrespeitamos e de nos tratarmos de forma civilizada. Enquanto presidente, eu visitava o estado de São Paulo e com o Alckmin, como governador, o tratamento sempre foi respeitoso, civilizado, dentro daquilo que a democracia e que os bons votos do humanismo exigem das pessoas”, falou.
O ex-presidente afirmou que, “talvez”, ganhar as eleições seja uma tarefa mais fácil do que governar e falou em diálogo com todos os setores. “Nós vamos conversar com toda a sociedade brasileira, com os grandes, médios e pequenos empresários, com o povo trabalhador desse país. Vamos tratar com o mesmo respeito o catador de papel e o empresário da maior empresa o país”, prometeu.
A Tarde
