Quase dois meses após ser revelado o esquema montado por pastores na distribuição de verbas do MEC, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) sofreu uma baixa de quase meio bilhão no orçamento. Foram cortados R$ 459 milhões em recursos oriundos de emendas de relator, o chamado orçamento secreto.
O dinheiro, porém, não saiu das mãos dos políticos do Centrão. Foi remanejado para outras áreas e irrigou principalmente a Codevasf, companhia que executa obras em Estados do Norte, Nordeste e do Centro-Oeste e que também tem no seu comando executivos apadrinhados por aliados do grupo liderado por Ciro Nogueira (PP-PI) e Arthur Lira (PP-AL).
O presidente da Codevasf é Marcelo Moreira. Ele foi indicado por Elmar Nascimento (União), que por sua vez é próximo de Lira. No FNDE, a cúpula é compartilhada entre PP, PL e Republicanos.
A movimentação de recursos foi registrada em portaria do Ministério da Economia da última quinta. Foi remanejado ao todo R$ 1,588 bilhão em verbas do orçamento secreto. A Codevasf recebeu a maior parte, R$ 815 milhões. O dinheiro será usado no “Apoio a Projetos de Desenvolvimento Sustentável Local Integrado” e no “Apoio à Política Nacional de Desenvolvimento Urbano Voltado à Implantação e Qualificação Viária”.
Estadão Conteúdo