Presidente eleito exaltou atos pacíficos e pediu para que apoiadores não caiam em provocações
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), falou em seu discurso para representantes da comunidade brasileira em Portugal, sobre a onda de violência praticada pelos grupos bolsonaristas que contestam o resultado legítimo das eleições de 30 de outubro.
Lula ressaltou o direito à manifestação pacífica que faz parte do sistema democrático. “A democracia não é um pacto de silêncio em que a pessoa não pode falar. A democracia é uma sociedade em movimento”.
Em outro momento do discurso, Lula chamou atenção para onda de violência praticada pela extrema direita no país. “Tem um processo no Brasil que a gente não conhecia, que é o processo da violência da extrema direita. Eu nunca vi a esquerda praticar 10% da violência que a extrema direita está fazendo no Brasil. Nunca vi”, afirmou.
O presidente eleito aproveitou para falar da presença de um pequeno grupo de bolsonaristas que realizavam protestos próximos aos locais com agenda oficial. “A democracia aqui é tão grande que tem até um grupo de bolsonaristas gritando.”
Lula orientou seus apoiadores para não cairem em provocações dos bolsonaristas.
“Vamos derrotá-los sem usar contra eles os métodos que eles utilizaram contra nós. A gente não quer perseguição, a gente não quer violência. O que a gente quer é um país que viva em paz”, concluiu.
Lula esteve em Lisboa, participando do evento que reuniu cerca de 300 representantes de movimentos sociais e políticos, na manhã deste sábado, 19.
Lula foi recebido na sexta-feira, 18, como chefe de Estado, pelo presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo primeiro-ministro, António Costa.
Em declarações após o encontro com o premiê português, Lula disse que pretende reaproximar os laços do Brasil com o país europeu, que na prática foi pouco prestigiado pela política externa de Jair Bolsonaro (PL).
A Tarde