Concordo que a atuação esteve longe de arrancar suspiros ou fazer abrir uma lata de cerveja em comemoração. Há motivo para desespero após a derrota do Brasil para Camarões por 1 a 0? Nem tanto. Mas toda derrota gera reflexão.
Escalar um time reserva tem suas consequências. Uma delas é que o entrosamento fica praticamente em segundo plano. Digo em relação ao sistema de jogo. Lógico, os atletas sabem e conhecem a metodologia de trabalho do técnico Tite. Mas qualquer treinador sempre vai priorizar o time titular. É nele que as jogadas serão ensaiadas exaustivamente. A Seleção Brasileira não seria diferente. O jogo contra Camarões, no entanto, foi uma chance de ouro para observar jogadores que podem oferecer caracteristicas que podem ser preciosas nos jogos decisivos.
Fabinho é exemplo. Sabemos de seu histórico no Liverpool. De sua capacidade. No entanto, foi uma chance para verificar o seu poder de marcação, especialmente no mano a mano com os atacantes adversários. Por outro lado, o desentrosamento defensivo foi uma avenida para os africanos desfilarem seu talento e capacidade. Eder Militão e Bremer não são jogadores ruins. Mas em várias passagens do jogo ficou nitido que ficou ausente a conversa, o entrosamento para dar o bote e não correr riscos. Algo que sobra em Thiago Silva e Marquinhos, os atuais titulares.
Nos 90 minutos, vimos uma equipe com as virtudes e defeitos de uma equipe reserva. A derrota acende o sinal de alerta? Sim. Mas não há margem de manobra. É com esse time que o Brasil vai vencer ou sentirá o gosto do fracasso. De novo.
(Elias Aredes Junior – Soderbi)