domingo, novembro 24, 2024

‘Tem que respeitar o resultado da urna’, diz comandante militar do Sudeste

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O general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, comandante militar do Sudeste, disse, em discurso na quarta-feira (18) durante uma cerimônia no QGI (Quartel-General Integrado), em São Paulo, que o resultado das urnas deve ser respeitado, independentemente do presidente exercendo o mandato.

O evento foi realizado em homenagem aos militares mortos em 12 de janeiro de 2010 durante um terremoto no Haiti e que integravam o 11º contingente da Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti).

Sem citar o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o comandante afirmou que “não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito”. Disse também que ainda que houvesse um “turbilhão, terremotos, tsunamis”, continuarão coesos, respeitosos e garantindo a democracia.

Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva afirmou que a “democracia pressupõe liberdade, garantias individuais” e alternância do poder, devendo a instituição e seus membros respeitarem o resultado da urna “mesmo que a gente não goste”.

“Ser militar é isso. É ser profissional. É respeitar a hierarquia e disciplina. É ser coeso. É ser íntegro. É ter espírito de corpo. É defender a pátria. É ser uma instituição de Estado. Apolítica, apartidária”, disse ele.

Em outro trecho, afirmou: “Quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É isso que se faz. Essa é a convicção que a gente tem que ter. Mesmo que a gente não goste. Nem sempre a gente gosta. Nem sempre é o que a gente queria. Não interessa. Esse é o papel de quem é instituição de Estado. Instituição que respeita os valores da pátria, como de Estado”.

A sede do Comando Militar do Sudeste foi um dos palcos de acampamento promovidos por manifestantes golpistas após o segundo turno da eleição presidencial, em outubro.

No dia da posse de Lula e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), bolsonaristas que permaneciam no local apelavam para que os acampados não fossem embora. “QG, QG, QG. Ninguém sai daqui”, gritavam eles, que também pediam intervenção militar. Na data, o principal alvo dos ataques era o novo presidente, manifestantes chegaram a entoar em um megafone: “Lula, ladrão, seu lugar é no caixão”.

A área em frente à unidade militar, próxima ao parque Ibirapuera, só foi desocupada no último dia 9, após ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

O Comando Militar do Sudeste, que abrange apenas o estado de São Paulo, é um dos oito que compõem o Exército Brasileiro e é integrado por 132 organizações militares.

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UOL/Folhapress

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