92% das pessoas resgatas foram homens
Em 2022, 2.575 trabalhadores que estavam sendo explorados em trabalho análogo à escravidão foram resgatados em 462 fiscalizações pelo país. Segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego nesta terça-feira (24), houve um aumento de 31% no número de vítimas em relação a 2021 e de 127% na comparação com 2019, antes da pandemia.
Segundo o levantamento, a maioria das vítimas eram homens negros e nordestinos, mas foram encontradas também 35 crianças. Eles estavam sendo explorados principalmente na zona rural, em fazendas de produção de cana-de-açúcar.
Diferentemente de 2019, 2020 e 2021, onde os maiores resgates de trabalhadores em um único estabelecimento ocorreram no entorno do Distrito Federal, o maior resgate do ano passado foi em Varjão de Minas (MG), onde 273 trabalhadores foram encontrados em condições degradantes numa fazenda de cana-de-açúcar.
No ranking dos estados, aparecem em seguida Goiás e Piauí –no primeiro foram resgatados 271 trabalhadores e no segundo, 180. Logo depois estão Rio Grande do Sul e São Paulo, que tiveram 156 e 146 trabalhadores resgatados, respectivamente.
A maioria das pessoas resgatadas da escravidão contemporânea em 2022 eram homens (92%). Quase um terço tinha entre 30 e 39 anos, metade residia no Nordeste e 58% eram nascidos no Nordeste. A maioria das vítimas também era autodeclaradas preto ou pardo (83%), só 15% eram brancos e 2% indígenas.
Quanto ao grau de instrução, 23% declararam ter estudado até o 5º ano incompleto, 20% haviam cursado do 6º ao 9º ano incompletos. Do total, 7% dos trabalhadores eram analfabetos.