sábado, outubro 19, 2024

Casos de feminicídio sobem e mulheres negras são principais vítimas

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Segundo pesquisa divulgada pelo estudo Feminicídios na Bahia, aumento em 2022 foi de 15,1% em relação a 2021

Os números do estudo ‘Feminicídios na Bahia’, divulgado ontem pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) a partir de dados fornecidos pela Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) indicam um crescimento de 15,1% em 2022 sobre 2021, passando de 93 para 107.

Conforme os números apresentados ontem, no ano passado uma mulher foi assassinada a cada quatro dias na Bahia por questões de gênero. De cada 10 feminicídios, nove foram executados por companheiros, ex-companheiros e namorados, tendo por motivação passional em 61,3% das situações pesquisadas.

Outro dado do levantamento aponta que 77,87% destas mortes aconteceram no interior do estado, 16,8% em Salvador e 5,3% na Região Metropolitana (RMS). Mulheres entre 30 e 59 anos e negras foram as principais vítimas e os instrumentos usados nos crimes foram as armas brancas em 47% dos casos.

O levantamento aponta, no entanto, que em 2020 o estado somou 113 feminicídios. Com isso computou uma redução de 18% de 2020 para 2021, demonstrando uma oscilação nos registros de casos. Entre 2017 e 2022, foram 564 mulheres vítimas na Bahia.

A pesquisa foi subsidiada pelos registros dos Boletins de Ocorrência (BO), registrados em Delegacias de Polícia Civil do Estado da Bahia (PCBA) e sistematizados pela Siap (Superintendência de Gestão Integrada da Ação Policial).

Redução

Segundo números da Polícia Civil, na comparação entre os dois primeiros meses de 2023 e o ano anterior, houve uma redução de 33,3%, passando de 18 para 12 casos entre janeiro e fevereiro deste ano. Vale destacar que estas situações ainda não fazem parte do levantamento divulgado ontem.

De acordo com assistente social Mirtes Galvão, “diante dos números e mesmo tendo diminuído no início deste ano, ainda estamos longe do que é o ideal, que é nenhuma ameaça e morte pelo fato de ser mulher”.

Mirtes Galvão tem um trabalho voltado para atender mulheres que precisam de apoio para sair de relacionamentos tóxicos e perigosos e disse que as próprias mulheres também precisam se conscientizar, que não vale a pena insistir quando existem muitas brigas, xingamentos e ameaças.

“O machismo está arraigado em boa parte da sociedade. Creio que deveria ter um programa voltado para educar as crianças neste sentido”, destacou, acrescentando que “tanto os meninos, quanto as meninas devem aprender que o respeito é essencial e quando ele acaba é melhor separar, para evitar as tragédias”.

Neste contexto, segundo a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Brotas, Bianca Andrade, outro número que preocupa é que em mais de 76% dos casos de feminicídios não há um registro anterior de ocorrência para violência doméstica.

Ela pontuou ainda que dos casos que chegam nas DEAMs, em mais de 90% das situações as mulheres já sofriam ameaças e xingamentos antes da agressão física, mas tinham medo ou vergonha de denunciar e romper o relacionamento.

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A Tarde

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