Os registros de vítimas de crimes cibernéticos bateram recorde, despontando como importante fonte de receita para os cartórios. Em 2023, foram 121,6 mil, 12% a mais do que no ano passado.
Segundo Giselle Oliveira de Barros, presidente do Colégio Notarial do Brasil (CNB), isso mostra a preocupação do brasileiro em documentar ataques digitais.
A expectativa é que esse movimento cresça ainda mais neste ano, após a inclusão do bullying e cyberbullying entre os crimes previstos no Código Penal. As penas para os crimes envolvendo crianças e adolescentes são maiores.
“No cenário atual, em que crianças e adolescentes estão cada vez mais conectados e imersos no mundo virtual, o cyberbullying se tornou uma preocupação para todas as famílias”, diz Barros.
As atas dão respaldo jurídico às vítimas, porque são redigidas por um agente imparcial e com fé pública. Por isso, o texto é um atestado em casos de injúria online em sites, redes sociais, mensagens de celular e meios eletrônicos em geral.
Em 2007, primeiro ano da série histórica do CNB foram registradas 25,6 mil atas no país. Em 2020, o número saltou para 90,6 mil atas. Subiu para 104,9 mil em 2021 e para 113,2 mil em 2022.
São Paulo lidera a busca pelo serviço, com mais de 20 mil registros no ano passado. É seguido por Minas Gerais (16 mil), Paraná (14,6 mil) e Rio Grande do Sul (12,5 mil).
Julio Wiziack/Folhapress