O Exército se negou a informar “a identidade, os dados funcionais e pessoais dos militares”
O Exército brasileiro investigou 46 oficiais por transgressão disciplinar. Os suspeitos teriam assinado uma carta, em 2022, para pressionar o então comandante do Exército, general Freire Gomes (foto em destaque), a endossar um golpe de Estado.
Apesar de confirmar os processos internos de apuração, o Exército se negou a informar “a identidade, os dados funcionais e pessoais desses militares, e as respectivas punições disciplinares” para preservar “a hierarquia e a disciplina” e manter a privacidade.
Ao fim, a força armada reafirmou “compromisso institucional com a legalidade, reiterando sua posição institucional com a devida apuração do fato em questão, a fim de manter os mais elevados padrões de hierarquia e disciplina”.
Carta -O documento assinado pelos oficiais do Exército foi batizada de “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro” e acabou sendo enviada para o celular do coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Covardia, injustiça e fraqueza são os atributos mais abominados para um soldado. Nossa nação, aquela que entrega os maiores índices de confiança às Forças Armadas, sabe que seus militares não a abandonarão”, dizia um trecho.
O documento pode ter sido originado a partir de uma reunião em um salão de festas da Asa Norte, em Brasília, em 28 de novembro de 2022, após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Durante depoimento, em março deste ano, Freire Gomes confirmou à Polícia Federal (PF) que esteve em encontros com Bolsonaro para tratar de minutas golpistas, em resposta à vitória de Lula.
Segundo o ex-comandante do Exército, Bolsonaro tinha pronto um documento para decretar Estado de Defesa e criar uma comissão de regularidade eleitoral com o objetivo de apurar a legalidade do processo de votos.
Bahia.ba