quarta-feira, dezembro 11, 2024

Bomba caseira atinge ato com Lula no Rio em novo ataque à pré-campanha de petista

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Um ato com apoiadores do ex-presidente Lula (PT) na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, teve momentos de tensão na noite desta quinta-feira (7) com a explosão de pequenas proporções de uma bomba caseira ao lado do palco.

A bomba, aparentemente feita de garrafa PET, foi lançada do lado de fora da área isolada em frente ao palanque, por sobre as placas metálicas que cercam o espaço.

Participantes se afastaram correndo do ponto onde ela foi jogada, que estava mais esvaziada do que o centro da praça.

Após os três estampidos, a apresentadora do ato pediu calma aos espectadores. Não houve correria generalizada. Logo em seguida, foram proferidos gritos contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

O estouro ocorreu antes da chegada de Lula ao palco.

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Nas últimas semanas, a campanha de Lula foi alvo de outros ataques, incluindo um cerco ao carro do petista em Campinas (SP) e um ataque com drone a evento com o petista em Minas Gerais.

A Cinelândia abriga nesta quinta sob forte esquema de segurança o primeiro palanque em praça pública desde o lançamento oficial de sua pré-candidatura à Presidência da República.

Uma área de aproximadamente 5.000 metros quadrados foi cercada na praça central da cidade, localizada próximo ao palco montado. O setor tem capacidade para 7.000 pessoas e, para acessá-lo, seria feito uma revista manual.

A área isolada ocupou toda a parte frontal do Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal até o bar Amarelinho.

A expectativa dentro do PT era que 20 mil pessoas acompanhassem o discurso do ex-presidente. O excedente ficaria fora da área de segurança, mais distante da estrutura montada.

Uma hora e meia antes do evento já havia confusão e empurra-empurra para entrar no espaço mais próximo ao palco.

A medida faz parte do planejamento da segurança de Lula durante a campanha após uma série de incidentes.

Desde o lançamento de sua pré-candidatura, o ex-presidente tem privilegiado atos em locais com algum controle de acesso, como centro de convenções ou estacionamentos de estádios.

Em Salvador, Lula caminhou na rua na celebração do dia da Independência da Bahia, em 2 de julho, mas discursou no estacionamento do estádio da Fonte Nova.

A segurança do ex-presidente foi reforçada após o protesto de um bolsonarista durante o ato de lançamento das diretrizes do programa de governo da chapa Lula-Alckmin.

Ao todo, três manifestantes driblaram o esquema de segurança e entraram no salão onde ocorria o evento, restrito a convidados. Não havia detectores de metal na entrada do salão. Os cerca de 150 convidados não foram submetidos à revista.

A abordagem do manifestante, que se aproximou Lula e Geraldo Alckmin sem que fosse detido por um segurança, provocou um alerta na cúpula petista.

Após o incidente, a necessidade de novos protocolos de segurança foi discutida com o próprio candidato.

Foi a segunda vez que a estrutura de segurança foi facilmente burlada. A primeira vez aconteceu no casamento do petista, no dia 18 de maio.

Incidentes também têm ocorrido do lado de fora dos locais de eventos.

No dia 15 de junho, apoiadores de Lula foram atingidos por um líquido de forte odor lançado por um drone que sobrevoou os arredores do Unitri (Centro Universitário do Triângulo), onde horas depois Lula se reuniria com o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD).

Bolsonaristas têm feito cerco à agenda do ex-presidente. No dia 5 de maio, durante viagem a Campinas, eles cercaram o carro em que o petista deixava um condomínio onde tinha almoçado.

Sempre refratário a esquemas mais ostensivos de segurança, Lula tem sido convencido da necessidade de reforçar sua proteção em eventos públicos e restritos. Segundo petistas, sua segurança pessoal também ganhou reforço.

Para os grandes eventos, já há um rígido protocolo. O público é previamente cadastrado pelas delegações de partidos.

Chegando aos estádios e centros de convenções, os participantes são submetidos a detector de metal, passando, em seguida, por uma fila montada segundo ordem alfabética. Identificados, recebem pulseiras de acesso. Nos locais, é proibido o uso de cartazes cujos cabos podem ferir militantes.

O evento no Rio de Janeiro ocorre em meio à crise na aliança do PT com o PSB no estado. O PT defende que a chapa tenha apenas o presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano (PT), como candidato, alegando um acordo prévio sobre o tema. O deputado federal Alessandro Molon (PSB), porém, reivindica a vaga com apoio da Rede e PSOL, além da própria sigla.

O ato na Cinelândia é o principal foco de tensão, já que Molon e Ceciliano estarão lado a lado e irão discursar —o deputado federal, como presidente do PSB-RJ e o estadual, como pré-candidato ao Senado.

 

Italo Nogueira/Folhapress

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