sexta-feira, outubro 11, 2024

Temer diz que não houve crime para impeachment de Dilma

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O impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT) não foi baseado em nenhum crime ou indício de corrupção. A afirmação é do ex-presidente Michel Temer (MDB) que atribuiu a queda da petista à falta de apoio político e à falta de relacionamento com parlamentares de oposição.

As declarações foram dadas ao portal Uol, em entrevista realizada nesta quinta-feira, 21. Temer, no entanto, defendeu a constitucionalidade do processo, que o levou à Presidência da República em 2016. “Não houve golpe. Eu quero dizer que a ex-presidente é honesta. Eu sei, e pude acompanhar, que não há nada que possa apodá-la de corrupta. Ela é honestíssima. Mas houve problemas políticos. Ela teve dificuldades no relacionamento com a sociedade e com o Congresso Nacional. Esse conjunto de fatores levou multidões às ruas”, afirmou o ex-presidente..

Na avaliação e Temer, é a população que tem o poder de influenciar a decisão de deputados federais e senadores de afastar um presidente eleito. Para ele, um eventual processo de impeachment contra Jair Bolsonaro (PL) só seria viável com pressão popular

O emedebista considera “natural” que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tente blindar o presidente  da ofensiva de opositores: “No entanto, [Lira] deveria logo examinar esses pedidos. Processá-los ou indeferi-los”, diz. Atualmente, há ao menos 145 pedidos de impedimento contra Bolsonaro pendentes de análise na Casa.

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Ainda sobre Bolsonaro, Temer disse que a facada sofrida durante a campanha presidencial de 2018 o ajudou a ser eleito. “A apunhalada que recebeu o atual presidente ajudou sua candidatura. Aquilo fez com que ele ocupasse espaço na imprensa que talvez não ocupasse na campanha normal. Ele tinha pouco tempo de televisão e de comunicação, e aquilo fez com que ele não saísse do noticiário durante vários meses”.

Temer se reuniu na terça-feira com 11 senadores do partido que defendem o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno. O objetivo do encontro foi atrair o apoio de Temer para convencer a senadora Simone Tebet (MDB) a desistir da corrida à Presidência da República. O ex-presidente demonstra resistência em apoiar a chapa encabeçada pelo petista.

“O ex-presidente Lula fala em todo momento em ‘golpe’, que a reforma trabalhista foi coisa de escravocrata, que o teto de gastos prejudicou o país. Então, como eu vou dizer que eu vou apoiar alguém que quer destruir um legado positivo para o nosso país”, disse o emedebista.

Temer tem defendido a reforma trabalhista aprovada em seu governo, mas admite revisões eventuais. “Como toda matéria legislativa, ela carece de uma revisão, sem dúvida. Mas vir aqui dizer agora ‘nós vamos revogar a reforma trabalhista’ não é ir para o século 20. É para o século 19”, disse. O PT tem defendido a reversão das mudanças.

A Tarde

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