A capital baiana da fé, que já é considerada a primeira das 7 maravilhas do Brasil, agora tem a romaria como patrimônio imaterial da Bahia
Fazer novas as coisas todos os dias é uma das orientações da cartilha católica. E para aqueles que experimentam lhes faltar tudo, menos a fé, Bom Jesus da Lapa é um exemplo de que o novo pode estar presente num piscar de olhos ou em um hiato de dois anos.
O período de 24 meses sem poder pisar o chão sagrado da capital baiana da fé, para o romeiro fiel foi uma eternidade, tempo em que a Lapa se transformou para receber todos os visitantes que são a força motriz da cidade, em fé e prosperidade.
No período de dez dias, desde o início do novenário, os romeiros se encantaram com a magia da religiosidade em torno do mistério motivacional do Bom Jesus, mas também viram uma cidade acolhedora oferecer novos atrativos, mais opções turísticas e toda uma efervescência cultural agregada ao leque de atrativos, para além das fronteiras do morro do santuário e da esplanada onde a massa se aglomera durante as celebrações.
A primeira estação do lazer é a Praça Monsenhor Turíbio Vilanova, espaço amplo e com uma ótima praça de alimentação. Ali, durante oito noites, as caravanas de romeiros puderam prestigiar atrações culturais e shows de música, com destaque para a diversidade religiosa e respeito às religiões de matriz africana, capoeira e folclore ribeirinho.
A praça em referência é muito acolhedora e faz parte da nova configuração urbana da cidade, sendo uma homenagem à personalidade que fez a primeira revolução no Santuário, desde a chegada do frei Francisco de Mendonça Mar há 331 anos.
Outra praça, a principal e denominada Praça da Fé, com suas luzes e leões de mármore, é um dos principais atrativos para os visitantes. Nesta romaria, a praça apresentou um show de música popular religiosa, evento concorrido e aplaudido por uma grande multidão.
No dia a dia, o comércio esteve aquecido, de forma que lojas, barraqueiros, bares, lanchonetes e restaurantes tiveram que contratar funcionários para atender à demanda.
No mercado municipal Dona Firmina, durante os dias de grande movimentação, não faltaram atividades culturais. Shows musicais foram mais motivos para o romeiro aproveitar as horas de lazer.
No Cruzeiro de Santa Luzia, o local para grandes eventos na atualidade, o público foi brindado com atrações para o povo se divertir e rezar. Lordão, Kannario e o Pe. Alessandro Campos ocuparam o palco em três noites diferentes, contemplando a cultura popular e a religiosa.
Muitos bares ofereceram, além do cardápio, atrações musicais para atrair romeiros e poder faturar um pouco mais.
No Parque da Lagoa do São Gotardo, os bares e restaurantes estiveram sempre lotados. O destaque foi a Seresta Show Festival produzido pelo Projeto Canta Vale, que já está em seu 13º ano e nesta romaria bateu todos os recoredes de público durante 8 noites.
A segurança do romeiro foi um ponto alto na romaria. A Prefeitura Municipal, através das secretarias de turismo e obras, com apoio de 250 policiais da PM, além da Guarda Municipal, pode garantir a tranquilidade da multidão transitando pelas ruas todos os dias, sem maiores ocorrências.
A grande romaria do dia 6 de agosto já passou, entretanto, a próxima é no dia 15 de setembro, para louvar a Nossa Senhora da Soledade, quando a cidade estará tomada pela esperança e fé do público alvo, que mais uma vez vai atrair as atenções de todo o Brasil para admirar uma Lapa renovada todos os dias.
Da redação